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Trauma Desportivo



Anatomia do Ombro

Rev. 10-03-2015



Nas atividades esportivas, o ombro é o terceiro local mais comumente lesionado, após o joelho e o tornozelo e estas lesões podem resultar de um evento traumático direto ou do esforço repetitivo. De forma geral, qualquer atividade que requeira a utilização do braço acima da cabeça, pode levar a um estresse sobre os tecidos da articulação gleno-umeral (articulação do ombro), até o ponto de ocasionar uma lesão. Além disso, o ombro é a articulação de maior mobilidade de nosso corpo, devido a sua anatomia única, em que a cabeça umeral volumosa se articula com a glenóide pequena, predispondo assim a lesões, justificando a grande importâncias das estruturas que compõem esta articulação – capsuloligamentares – que dão estabilidade a ela.

Anatomia

A articulação do ombro, gleno-umeral, é formada pela glenóide, que tem formato de uma virgular, invertida, tendo uma superfície articular que é um quarto do tamanho da cabeça umeral. Já a superfície articular da cabeça umeral é retrovertida em cerca de 30 graus em relação ao eixo transverso do cotovelo. A escápula roda para direcionar a glenóide superior, inferior, medial e lateralmente, para acomodar as mudanças de posição da cabeça umeral, fazendo com que esta permaneça centrada na glenóide na maioria dos movimentos do ombro. Se esta centralização for perturbada, poderá resultar em instabilidade. A clavícula articula-se medialmente com o esterno e lateralmente com o acrômio (estrutura da escápula), formando a articulação acromioclavicular e a clavícula atua como estabilizadora da articulação do ombro e é a única conexão óssea entre a extremidade superior e o esqueleto axial. A cápsula da articulação do ombro pode ser a mais frouxa de todas as articulações, no entanto em certas posições é de fundamental importância na estabilidade.
As estruturas capsuloligamentares, compostas pelos ligametnos coracoumeral, ligamento glenoumeral superior, médio e inferior, bem como o labrum, são fundamentais na estabilidade articular.
O labrum da glenóide atua tanto como local de fixação das estruturas capsuloligamentares como uma extensão da cavidade articular, fazendo o aprofundamento da glenóide em torno de cinqüenta porcento e evitando a subluxação. Nós dividimos os musculos do ombro em três grupos funcionais: glenoumeral, toracoumeral e os que cruzam tanto o ombro como o cotovelo. O manguito rotador é composto por quatro músculos supraespinhoso, infraespinhoso, subescapular e redondo menor.
O Supraespinhoso é ativo durante o abdução. O infraespinhoso e o redondo menor atuam na rotação externa e extensão do úmero. O subescapular atua na rotação interna e flexão do úmero. O deltóide é o mais largo dos músculos glenoumerais, e tem como principal função a abdução.
O redondo maior contrai com latíssimo dorsal e os dois músculos funcionam como uma unidade na extensão, rotação interna e adução do úmero. Os músculos toracoumerais peitoral maior e o latíssimo dorsal são fortes mobilizadores do ombro e contribuem estabilizando a articulação glenoumeral. O bíceps braquial, possuindo duas cabeças de origem, uma originando do coracóide e com o músculo coracobraquial forma o tendão conjunto. A cabeça longa do bíceps tem sua origem na margem articular da glenóide, tubérculo supraglenoidal e passa pelo sulco bicipital saindo da articulação em direção ao úmero.


Referências Bibliográficas:

1. Fraturas em Adultos, Rockwood, C.A., 4a. edição.



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