Rev. 10-11-2012
Definição
A fratura por estresse acontece quando cargas anormais agem sobre um osso normal. Ela é causada quando
forças de compressão, tensão ou rotação são aplicadas repetidamente a um osso normal, provocando
inicialmente microfraturas que se propagam e coalescem até formarem a fratura por estresse.
Em resposta ao estresse aplicado ao osso normal, que provoca essas microfraturas, o osso reage
aumentando o seu remodelamento através do aumento de sua atividade osteoblástica. Quando a resposta
osteoblástica ao estresse não consegue reparar as microfraturas que estão sendo feitas, começa o processo
que culminará em uma fratura de estresse.
Histórico
As fraturas de estresse foram descritas originalmente em 1855 por um médico militar prussiano
chamado Briethaupt muito antes do uso das radiografias. Ele descreveu os sinais clínicos, os sintomas e a
história natural do desenvolvimento das fraturas por estresse de metatarsianos em soldados, comumente
conhecidas como fraturas do marchador ou “Deutschlander´s fracture”, os quais apresentavam dores
persistentes nos pés, que pioravam com a marcha prolongada do treinamento militar.
O primeiro exame radiográfico documentando uma fratura de estresse foi realizado em 1897, fratura esta
em um recruta militar. Em 1958, houve a primeira descrição de fraturas de estresse em atletas, feita por
Devas, que baseou seus estudos em exames radiográficos, fazendo a correlação do local de dor com as
alterações radiográficas desses atletas.
As fraturas de estresse podem ocorrer em diversos ossos, sendo porém mais freqüênte na extremidade
inferior, em especial na tíbia, tanto em crianças como em adultos.
As modificações bruscas no treinamento parecem ser um dos fatores predisponentes mais importantes,
assim como o condicionamento físico e o uso de terrenos inapropriados.
Os exames radiográficos costumam ser normais inicialmente, apresentando alterações somente depois de
várias semanas de iniciado o processo, variando entre duas e doze semanas, dependendo do osso em questão.
Outros exames são a cintilografia óssea, a ressonância nuclear magnética e a tomografia computadorizada.
Tratamento
O tratamento das fraturas de estresse deve ser multidisciplinar, sendo o tratamento conservador geralmente bem sucedido e apresenta aspectos que podem ser categorizados em medidas gerais, tratamento psicológico, tratamento fisioterápico, acompanhamento nutricional, tratamento medicamentoso e, em algumas situações, até o tratamento cirúrgico.
Referências Bibliográficas:
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