Rev. 10-03-2015
É de conhecimento geral que a adoção
de um estilo de vida ativo está associado a uma redução
da incidência de várias doenças crônico-degenerativas
bem como a uma redução da mortalidade cardiovascular
em geral.
Em crianças e adolescentes, um maior nível de
atividade física contribui para o perfil lipídico
e metabólico e reduzir a prevalência de obesidade.
Existe uma associação entre sedentarismo, obesidade
e dislipidemias e as crianças obesas provavelmente
se tornarão adultos obesos.
Assim, a criação de um hábito de vida
ativo poderá reduzir a incidência de obesidade
e doenças cardiovasculares na idade adulta, além
de favorecer aumento da massa óssea e redução
do risco de osteoporose, em especial em mulheres na menopausa.
As crianças aparentemente saudáveis podem participar
de atividades de baixa e moderada intensidade, lúdicas
e de lazer sem a obrigatoriedade de uma avaliação
pré-participação, desde que as condições
básicas de saúde sejam atendidas antes da atividade.
No entanto, quando o objetivo é a participação
competitiva ou atividades de alta intensidade, uma avaliação
médico-funcional mais ampla deve ser realizada, incluindo
avaliação clínica da composição
corporal, testes de potência aeróbica e anaeróbica,
entre outros.
Prática de Atividade Física
O objetivo principal deve ser o de criar o hábito e
o interesse pela atividade física, e não treinar
visando desempenho.
Deve-se priorizar a inclusão da atividade física
no cotidiano e valorizar a prática da educação
física escolar, integrando as crianças e não
discriminando os menos aptos. O componente lúdico deve
prevalecer sobre o competitivo quando da prescrição
de atividade física para as crianças.
O treinamento muscular deve ser realizado com cargas moderadas
e maior número de repetições, valorizando
o gesto motor, uma vez que este tipo de atividade contribui
para o aumento da força muscular e massa óssea,
utilizando-se de cargas submáximas sob supervisão
profissional adequada.
A flexibilidade deve envolver os principais movimentos articulares
e ser realizado de forma lenta até o ponto de ligeiro
desconforto e então mantidos por cerca de 10 a 20 segundos.
Esporte Competitivo
A competição desportiva pode trazer benefícios
do ponto de vista educacional e de socialização,
uma vez que proporciona experiências de atividade
em equipe colocando a criança frente a situações
de vitória e derrota, porém o objetivo de
desempenho, principalmente quando há excessivas cobranças
por parte de pais e treinadores, pode trazer conseqüências
indesejáveis, como a aversão à atividade
física.
Fonte: Posicionamento Oficial da Sociedade
Brasileira de Medicina do Esporte: Atividade Física
e Saúde na Infância e Adolescências.
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