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                   Rev. 21-11-2012
                   Introdução
                   
                    O músculo esquelético é dividido em dois 
                    tipos de fibras, dependendo de sua atividade metabólica 
                    e sua função mecânica. 
                    As fibras tipo 1, conhecidas como vermelhas, lentas, têm 
                    baixa velocidade de contração e grande força 
                    de contração. Elas funcionam aerobicamente e 
                    são resistentes à fadiga. 
                    As fibras tipo 2, conhecidas como fibras rápidas ou 
                    brancas, são subdivididas em dois tipos, de acordo 
                    com seu nível de atividade metabólica. Ambos 
                    os tipos são fibras de contração rápida 
                    e têm elevadas força e velocidade de contração. 
                    Acredita-se que a proporção de fibras tipo 1 
                    e 2 nos indivíduos sejam definidas geneticamente, com 
                    pouca capacidade de interconversão de um tipo a outro. 
                    Já a interconversão entre os tipos 2, A e B, 
                    é muito mais comum, dependendo do tipo de treinamento 
                    atlético. 
                  Prevenção 
                    de lesões musculares 
                    As lesões musculares podem ser evitadas através 
                    de um bom condicionamento físico, aeróbico, 
                    trabalhando a força muscular adequadamente e mantendo 
                    um bom alongamento da musculatura esquelética. 
                  Mecanismos 
                    de Lesão Muscular 
                    As lesões musculares podem ocorrer por diversos mecanismos, 
                    seja por trauma direto, laceração ou isquemia. 
                    Após a lesão, inicia-se a regeneração 
                    muscular, com uma reação inflamatória, 
                    entre 6 e 24 horas após o trauma. O processo de cicatrização 
                    inicia-se cerca de três dias após a lesão, 
                    com estabilização em duas semanas. A restauração 
                    completa pode levar de 15 a 60 dias para se concretizar. 
                    As principais causas de lesão são o treinamento 
                    físico inadequado, a retração muscular 
                    acentuada, desidratação, nutrição 
                    inadequada e a temperatura ambiente desfavorável. 
                    As lesões musculares podem ser classificadas em quatro 
                    graus: grau 1 é uma lesão com ruptura de poucas 
                    fibras musculares, mantendo-se intacta a fáscia muscular; 
                    grau 2 é uma lesão de um moderado número 
                    de fibras, também com a fáscia muscular intacta; 
                    lesão grau 3 é a lesão de muitas fibras 
                    acompanhada de lesão parcial da fáscia; grau 
                    4 é a lesão completa do músculo e da 
                    fáscia (ou seja, ruptura da junção músculo-tendínea. 
                    O lesão muscular por estiramento pode ocorrer nas contrações 
                    concêntricas ou excêntricas, sendo muito mais 
                    comum nesta última, com a falha freqüentemente 
                    ocorrendo na junção miotendínea. 
                    O diagnóstico é realizado pelo exame clínico, 
                    em que se percebe a nítida impotência funcional 
                    e pelos exames complementares que podem auxiliar também 
                    no tratamento e na prevenção de novas lesões. 
                    Exames laboratoriais, como de Sódio, Potássio, 
                    Cálcio, Fosfato, Magnésio, VHS, podem ser úteis 
                    em determinadas situações, a critério 
                    do médico. 
                    Na suspeita de uma doença da tireóide, em que 
                    podem ocorrer lesões musculares de repetição, 
                    pode se solicitar exames de marcadores desta glândula. 
                    Na suspeita de lesões ósseas, como avulsões, 
                    os exames radiográficos podem ser úteis. 
                    A Ultrassonografia, a Tomografia e a Ressonância Magnética 
                    também podem ser consideradas para auxiliar no diagnóstico 
                    e tratamento, tendo em vista que a correta localização 
                    anatômica da lesão é fundamental para 
                    o tratamento e previsão de retorno ao esporte. 
                  Tratamento 
                    A imobilização do músculo após 
                    a lesão, como em qualquer outro tecido, pode levar 
                    a atrofia e portanto deve ser evitada. A perda de massa muscular 
                    ocorre rapidamente e depois tende a estabilizar e a perda 
                    de força ocorre simultaneamente. A resistência 
                    à fadiga diminui rapidamente.  
                    Já a mobilização precoce aumenta a resistência 
                    das fibras à tensão, melhora a orientação 
                    das fibras e mantém uma adequada vascularização 
                    do músculo, evitando a atrofia muscular. 
                    Deve-se instituir de imediato a aplicação de 
                    gelo local, repouso relativo e medicações anti-inflamatórias. 
                    Após dois a três dias inicia-se então 
                    o tratamento fisioterápico, com ênfase na mobilidade 
                    e fortalecimento muscular e melhoria da resistência. 
                    A seguir trabalha-se a propriocepção e o condicionamento 
                    geral do atleta, inclusive aeróbico e o retorno gradativo 
                    às atividades, com liberação completa 
                    ao esporte quando o atleta se encontrar nas mesmas condições 
                    pré-lesão e sentir segurança para retornar. 
                    Para o retorno do atleta à atividade, este deve possuir 
                    uma amplitude de movimento articular normal, estar completamente 
                    sem dor, edema ou derrame, com uma força muscular de 
                    no máximo 20% da normal e condicionamento cardio-respiratório 
                    normal. 
                   
                    Referências Bibliográficas: 
                  Noonan 
                    T.J., Garrett, W.E.: Muscle Strain Injury: Diagnosis and Treatment. 
                    J Am Acad Orthop Surg 1999; 7:262-269. 
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