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Diabete Melito


Rev. 13-03-2015

Acredita-se que a predisposição genética interage com fatores ambientais para contribuir para a resistência à insulina. Os mais importantes fatores são a obesidade e a falta de atividade física.
A falta de atividade física é o principal fator que contribui para a obesidade e esta diminui o número de receptores insulínicos nas células-alvo da insulina no organismo, tornando a insulina disponível menos eficaz na promoção de seus efeitos metabólicos.
A atividade física regular normaliza a glicose sangüínea, aumentando a sensibilidade dos receptores à insulina e diminuindo a resistência à insulina, aumentando o ponto de ligação do receptor e este efeito persiste por várias horas, podendo chegar a 24 horas em algumas pessoas.
Diversos estudos têm demonstrado que indivíduos ativos apresentam menor probabilidade de desenvolverem diabete.
Alguns autores sugerem que o efeito da atividade física ocorra por causa da alteração no metabolismo da fibra muscular esquelética, aumentando a sua capacidade oxidativa, além das alterações comuns da adaptação ao treinamento, levando a maior capacidade de captação de glicose pela fibra muscular, independente de alterações na concentração de insulina circulante.
Os diabéticos praticantes de exercícios podem ter suas doses de insulina ou hipoglicemiantes orais diminuídas. Além disso, a própria perda de peso que pode resultar do exercício melhora o controle da glicose sangüínea e o controle da dieta.
Reduz-se assim a incidência e gravidade da retinopatia diabética, da microangiopatia e da neuropatia.
O exercício ajuda no controle de outros fatores de risco cardiovasculares que podem estar associados ao diabetes, pois diminui os lipídios séricos, diminui a pressão sangüínea e diminui o estresse
Os pacientes diabéticos com neuropatia periférica ou microangiopatia devem evitar exercícios que possam traumatizar os pés, como ocorre nos exercícios de corrida e de salto.

Tipo de Atividade Física

O mais indicado é de natureza aeróbica, envolvendo grandes grupos musculares e que pode ser mantido por um tempo prolongado. Importante respeitar os gostos e interesses dos pacientes, aumentando a aderência ao programa.
São alternativas adequadas a caminhada, natação e ciclismo.
Os atletas diabéticos devem usar sapatos e meias confortáveis e examinar os pés rotineiramente, à procura de qualquer lesão, para o imediato tratamento, evitando-se assim as complicações de uma lesão ignorada.
Os diabéticos só devem realizar atividade física se a sua glicose sangüínea estiver bem controlada. A prática de exercícios com níveis glicêmicos muito elevados ou muito baixos é perigosa. Altos níveis predispõem a ocorrência de cetose e os níveis baixos podem levar à hipoglicemia.
Deve-se tomar cuidado com a hipoglicemia durante o exercício. Para tanto, o seu médico deve orientar a dosagem de insulina adequada para a prática do exercício. A dosagem da glicose sangüínea antes e depois do exercício será útil para se determinar as modificações na administração da insulina.

Prescrição de Exercícios

A prescrição de atividade física em pacientes portadores de diabete deve seguir algumas características, tais como:
· Freqüência: todos os dias ou 3 a 4 vezes por semana
· Duração: 20 a 30 minutos diários ou 45 a 60 minutos quando 3 a 4 vezes por semana
· Intensidade: Moderada, de 50% a 80% da freqüência cardíaca máxima segundo a condição física, idade e o grau de treinamento da pessoa.

Todas as sessões de atividade física devem começar e terminar com um período de 10 minutos de exercícios aeróbicos de baixa intensidade, alongamento e mobilidade articular, reduzindo-se assim os riscos de complicações cardíacas e lesões músculo-esqueléticas.

Por fim, os diabéticos que pretendem realizar atividade física devem ter seus níveis glicêmicos bem controlados e devem ter acompanhamento médico para se adequarem as menores doses de insulina ou hipoglicemiantes orais.


Referências Bibliográficas:

1. American Diabetes Association: Diabetes mellitus and Exercise (position Statement). Diabetes Care, 24;(1), jan 2001.
2. Susan P Helmrich et al. Physical activity and reduced occurrence of non-insulin-dependent diabetes mellitus. New England Journal of Medicine. 1991;325(3):147-152.
3. The Health Professional’s Guide to Diabetes and Exercice. American Diabetes Association. Clinical Education Series, 1995.
4. Nora Mercuri, Viviana Arrechea, Atividade física e diabetes mellitus, Diabetes Clínica 347-349, 2001.