Rev. 27-11-2012
O joelho é formado pelo femur distal, tibia proximal
e patela. Eles são mantidos pelos ligamentos e pela
cápsula articular. Os meniscos provêm estabilidade
à articulação.
1.
Meniscos e Cápsula Articular
Os meniscos são discos fibrocartilaginosos e possuem
a forma de um C, e são responsáveis pela absorção
de impacto, aumentam a congruência entre as superficies
articulares da tíbia e do fêmur, auxiliam na
distribuição do líquido sinovial e na
estabilidade do joelho.
A ausência dos meniscos levaria a um aumento da pressão
sobre a cartilagem articular, levando a deterioração
da sua superfície e conseqüente artrose.
2.
Ligamentos
Ligamento cruzado anterior. É responsável pela
limitação da translação anterior
e rotação da tibia em relação
ao femur.
Ligamento cruzado posterior. Evita a subluxação
posterior da tibia em relação ao fêmur.
Ligamento colateral medial. Possui duas porções:
superficial e profunda. Estabiliza a joelho nos estresses
em valgo.
Ligamento colateral lateral ou fibular colateral. É
o principal estabilizador ao estresse em varo. Faz parte do
complexo ou canto posterolateral e resiste à rotação
externa.
3.
História e Exame Físico
É fundamental um boa história, determinando
o esporte praticado, o mecanismo da lesão e os sintomas
apresentados no momento e após o trauma.
O exame físico deve ser completo e cuidadoso, especialmente
na fase aguda, devido a dor.
Alguns testes especiais devem ser realizados: Teste de Lachmann,
Gaveta Anterior, Gaveta Posterior, Losee, Estresses em varo
e valgo, Teste de McMurray, entre outros.
4.
Exames Complementares
Alguns exames complementares podem ser realizados para uma
completa avaliação destes pacientes. Inclui-se
radiografias de frente e perfil, axial de patela e oblíquas
se houver necessidade.
Ressonância Nuclear Magnética (RNM) não
é um exame de rotina, porém em casos específicos
pode se fazer necessário. Exame extremamente útil
na avaliação de lesões. As lesões
podem ser facilmente diagnosticadas pela história e
exame físico, porém a RNM podem confirmar e
documentá-las.
5.
Vídeo-Artroscopia
A
vídeo-artroscopia é um procedimento invasivo,
que tem suas indicações, entre elas: hemartrose
aguda, lesões meniscais, corpos livres, algumas fraturas
do platô tibial, condromalácia patelar ou mal-alinhamento,
sinovite crônica, instabilidade do joelho, derrames
recorrentes, fraturas condrais ou osteocondrais,
Poder ser diagnóstica e ou terapêutica.
5.1
Como é realizada a Vídeo-Artroscopia.
É um procedimento realizado sob anestesia, em centro
cirúrgico. O joelho é distendido com a irrigação
de fluído (geralmente solução salina),
que também ajuda a lavar a articulação
de sangue e corpos livres.
São realizados portais, um para a introdução
do artroscópio e outro para os instrumentos.
Inicia-se pela inspeção do espaço suprapatelar,
à procura de corpos livres e plicas (aderências).
A articulação patelofemural é então
inspecionada à procura de lesões da superfície
articular. Examina-se então os compartimentos medial
e lateral. Utilizando probes palpa-se os meniscos à
procura de lesões. No espaço intercondilar inspeciona-se
o ligamento cruzado anterior. Pode-se documentar o exame através
da gravação em vídeo, diagramas esquemáticos
ou fotografias digitais.
As lesões podem ser tratadas, com auxílio de
instrumentos próprios, remoção de corpos
livres e reconstrução dos ligamentos cruzados
anterior e posterior, quando indicado.
Referências Bibliográficas:
1. Kocher MS et al: Diagnostic performance of clinical examination
and magnetic resonance imaging in the evaluation of intraarticular
knee disorders in children and adolescents. Am J Sports Med
2001;29(3):292.
2. Fraturas em Adultos, Rockwood, C.A., 4a. edição.
3. Lesões Ligamentares do Joelho, Alfred J. Tria, 2002.
4. Surgery of the Knee, John Insall, 3a. edição.